Não sinto raiva. Não sinto nada. Vezenquando sinto saudade quando penso que poderia ser diferente.

Era manhã de domingo, tão calma quanto qualquer outra. Estava casualmente na janela junto as flores, observando o brincar das crianças, os beijos dos amantes e o cantar dos pássaros. Desejava estar lá, junto com tanta felicidade. Eu queria estar lá. Mas, como se costume, minhas raízes me prendiam ao chão. Queria correr junto com as crianças e sentir esperança, queria que alguém roubasse um beijo de meus lábios e assim começasse em amor. Duradouro, não apenas amor de verão. Meu passado me prende porque deixo, não nego.

( Helena França )