heeey apple :B

" (...) Por que no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia. "





quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Descaminhos.


                     

       Quando não quero mais ser eu, faço uma tatuagem. Mudo o cabelo, troco de emprego, de amigos, mudo tudo. No fim acabo sobrando de frente pro espelho e sou eu de novo, um pouco mais colorida, um pouco mais solitária, bem menos humana e sociável. Eu me volto pras palavras e venero seus encantos, como se por me descreverem pudessem me bastar. Palavra não faz carinho, menina, palavra não dá colo. É de abraço que eu preciso quando não há mais letra, tatuagem, tinta, papel, caneta, poesia. Quando não tem mais rima, é de corpo e conforto que eu preciso.
O tempo, superestimado, não muda nada. Só faz confundir realidade e passado num borrão sem cor. Eu vivo de acreditar na próxima semana, minhas esperanças estão no próximo mês. Quando me oferecem um próximo ano e contam as horas e os segundos pra que ele chegue, eu só quero me cobrir até os olhos e pedir arrego do mundo. Não me faça encarar toda a responsabilidade de um novo tempo, não posso admitir que cheguei ao fim do prazo sem cumprir com meus planos.
Quero todas essas fantasias de dezembro. Quero a pureza de acreditar numa nova vida. A leveza de esperar um mundo novo no segundo em que 2012 se torna 2013. Tudo novo, tudo limpo, tudo pronto pra ser diferente. Ar fresco, um alívio ou certa angústia, é tempo de ser mais eu. É tempo de me esquecer, de me perder, tempo de ter mais tempo.

    Se num dia desses eu encontrar o que eu procuro, nesses caminhos tão avessos, talvez eu não precise das palavras. E então serei eu, de frente pro espelho, sem medo de ser quem me olha de volta.

( Verônica H. )

A vida necessita de pausas.






Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.


Fernando Pessoa )
( Título: Carlos Drummond de Andrade )

— Bom, — ele sussurra em meu ouvido, — porque chegou a hora do meu prato favorito. Você. — Ele me carrega em seus braços, surpreendendo-me tanto que eu grito.




— Você é tão bonita… — disse enquanto desabotoa com destreza o primeiro botão. — Hoje você me fez o homem mais feliz do mundo. — Com uma infinita lentidão vai liberando os botões um por um, descendo por toda a coluna. — Te amo muitíssimo. — Vai me dando beijos desde a minha nuca até ao extremo do ombro. Depois de cada beijo murmura uma palavra: — Desejo. Muito. Você. Quero. Estar. Dentro. De. Você. Você. É. Minha. 

( Livro: Cinquenta tons de Cinza )

Fala com Deus. Ele conhece o tamanho da sua dor.




Nasci de nove meses e chorei por toda uma vida. Nem sempre estava chorando. Nem sempre era visível. Muitas vezes demonstrava ser forte, mas a maior parte do tempo, desabava em choro. Ainda que fosse sozinho e escondido.

( Allax Garcia )

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Espero por você, espero tão confiante, tão certa de que você, em algum lugar está procurando um caminho para me encontrar também.

( Imagem: Reflection of a skyline )


( Título: Cah Morandi )

A paixão nos abre caminhos. O amor nos leva para casa.




Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

( Mário Quintana )

( Título: Cah Morandi )

Nosso objetivo é satisfazer.

( Imagem: Desconhecida )


( Título: Livro: 50 tons de cinza )

E por isso, sou.

Intensa, sim. Sensível, um monte. Atrevida, não nego.





  
De armadura valente, essência repleta de sentir e um coração molenga, sigo cortejando flores e dissabores.
De cabelos avermelhados e esmaltes quase sempre descascados, levo na bolsa uma agenda cheia de idéias, na mente uma imaginação sem limites, na boca uma língua afiada, no documento uma idade que muitos duvidam e no peito um coração devaneador.  
Sou daquelas que sonham alto, que acreditam mesmo que o vento não esteja a favor, que buscam mesmo enxergando longe demais o ponto a ser alcançado, que tentam e não desistem até que a linha de chegada revele suas surpresas.  
Não vejo a vida com lentes cor de arco-íris. Na minha bagagem não cabem promessas nem utopias mas uma tendência desenfreada à esperança. O que você chama de otimismo eu prefiro chamar de confiança e de fé. De um querer infinito. De uma coragem pulsante da qual me visto pra poder viver.
Já fui acometida pelo cansaço que desencoraja os sonhadores. Mas sou movida por uma teimosia e uma vontade de realizar que me põem de pé  todas as manhãs. As inseguranças podem até me fazer visita mas não têm morada aqui. Elas não prendem meus passos.  
Eu bem que tentei. Já quis ser diferente. Já bolei metas num papel. Esperar menos, tolerar mais. Apegar menos, abstrair mais. Me importar menos, relaxar mais. Insistir menos, dessintonizar mais. 
Não deu, não dá. Cada detalhe molda meus acabamentos. Cada ruína compõe meus alicerces. Cada estação, cada fase, cada vitória e fracasso me fizeram hoje ser quem pode muitas vezes até duvidar das pessoas e de suas intenções mas continua a apostar na vida.  
E não guardo segredos. Não teço mistérios. Minha teoria é simples. Meu sentir é exagerado. Me jogo, me lasco, me entrego, me esfolo inteira. Melhor do que viver pela metade. Amar pela metade. Acreditar pela metade.  Pra tombo há remédio, há refazer. Pra sonho desperdiçado, não. 
Por isso gasto meus sorrisos, não passo vontades, não guardo choros, não contenho gritos. Por isso insisto em desafiar o tempo e as pedras do caminho. No meio do furacão, saio devastada mas sobrevivo à tempestade. E não paro, e não me basto.
Recuar? Calar? Desistir? Verbos inexistentes no dicionário que inventei pra mim. Eu quero é pagar pra ver o final feliz acontecer. E fim.

( Yohana SanFer )

domingo, 16 de setembro de 2012

Nem todas as lembranças, precisam ser lembradas.

( Imagem: Filme: Querido John )

De repente ouvi teu nome. E quase que imediatamente te procurei a minha volta. Não te encontrei, mas me dei conta de que eu estava sorrindo.

( Livro: Querido John )

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Você esqueceu uns livros na estante, da próxima vez vê se me esquece dentro de você.

Se as janelas de vidro do meu quarto contassem a todos os reflexos que via eu não sei se suportaria. Minha mochila carrega mais que os meus livros amarelados e meu coração carrega mais que os vestígios que você deixou. Eu achava graça da sua bagunça, mas chorei quando a bagunça foi em mim. Tem tantos desenganos cravados na minha pele e tantos sonhos na lixeira do banheiro que eu me tornei uma sonâmbula que não ousa mais dormir. Escrevi um pedido no canto do meu caderno torcendo para que as palavras tivessem a força que eu deixei ir com você. Sabemos que o amor nunca foi meu aliado e que eu amarrei minha esperança no pé da cama quando você chegou. Eu queria um segundo de felicidade que durasse pra sempre. Eu queria a luz da qual eu sempre fugi. O mundo dá voltas e na última que deu eu não consegui me equilibrar. Agora eu enceno sozinha o filme que eu fiz pra nós dois.



( Sfocare)

Os verdadeiros são poucos, mas são suficientes pra mim.



Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

( Fernando Pessoa )
( Título: Adele )


Eu amo tanto que às vezes penso que tenho dois corações.

 

 

Não importa, eu vou te buscar do outro lado do muro, do outro lado do mundo. Toda distância é miníma perto da minha vontade de te encontrar.


( Caio Augusto Leite )

Engoli tantas lágrimas que acabei me afogando por dentro.

 
Naquele instante me calei, 
não disse uma palavra se quer,
mas meu coração gritava.
 
( Gabriel Lopes )
 
( Título: João Pedro Bueno )